13.1.09

Dario Alves (1940) submete uma grande parte dos seus trabalhos à circunstância artificial do atelier: são os instrumentos da pintura, os seus acessórios e o mobiliário do atelier que criam a pintura, é aí que ela é gerada. No entanto, esse espaço de estúdio não corresponde a uma imagem de atelier real, é já um atelier filtrado onde pairam ideias e desejos, símbolos e despojos, coisas concretas e coisas imaginadas. É nesta pintura que surge a paisagem na forma de uma Torre dos Clérigos, subtil, minúscula, decorativa, feita de cor, numa moldura oval, acessório também de uma actividade que explora regularmente o sentido e o lugar da criação, o sentido e o objecto da representação, o sentido e o valor do oficio de pintar.

Laura Castro
in Paisagens/Escola do Porto/2007/ed.Afrontamento/U.Porto/FBAUP